segunda-feira, 2 de junho de 2014

Aula de História – Capítulo 09 (2003 a 2006): O Renascimento!


Marvin Ronald Lewis nasceu em 23 de Setembro de 1958, na pequena cidade de McDonald, Pennsylvania (distante cerca de 30 km a sudoeste de Pittsburgh). Segundo o Censo de 2010, McDonald conta atualmente com 2.149 habitantes – mas a cidade é o berço de Jay Livingston (compositor que venceu o Oscar de melhor trilha sonora por três vezes – 1948, 1950 e 1956; além do tema de abertura do seriado Bonanza); de seu irmão Alan Livingston (presidente da Capitol Records que criou o Palhaço Bozo – além de lançar grandes nomes no mercado norte-americano, como Frank Sinatra e os besouros de Liverpool); e também viu nascer outro treinador da NFL: Marty Schottenheimer (com passagens pelos Browns, Chiefs, Redskins e Chargers; entre os anos de 1980 e 2000).


Aos nove anos de idade, Marvin começou a jogar futebol americano (como Safety e também como Quarterback) pela equipe de seu colégio – Fort Cherry High School; embora tenha praticado luta livre e jogado baseball muito bem durante a adolescência!

Entre os anos de 1977 e 1980, já na Idaho State University, Lewis destacou-se como Linebacker – sendo eleito por três vezes consecutivas para a “seleção da Big Sky Conference” (carreira que o imortalizou no Hall da Fama desta universidade em 2001). E dou um doce para quem adivinhar qual é o mascote desta instituição de ensino...


Coincidência? Eu acho que não...

Infelizmente, Marvin não conseguiu jogar profissionalmente na NFL – mas iniciou uma bem sucedida carreira como Treinador de Linebackers na própria Idaho State University (onde conquistou o título da NCAA Division I-AA em sua temporada de estréia). Lewis permaneceu no comando técnico dos Bengals de Idaho por quatro anos, antes de se transferir para a Long Beach State (1985-1986); University of New Mexico (1987-1989) e finalmente chegou à University of Pittsburgh (1990-1991).


Paralelamente à sua carreira de Treinador Universitário, Marvin fez estágios junto às comissões técnicas do Kansas City Chiefs e do San Francisco 49ers; antes de ser contratado como Treinador de Linebackers do Pittsburgh Steelers em 1992...


Apesar de relativamente curta (apenas quatro temporadas), sua passagem pela equipe auri-negra fora extremamente vitoriosa – quatro vezes nos playoffs (1992, 1993, 1994 e 1995); três títulos da AFC Central (1992, 1994 e 1995); um título da Conferência Americana (1995); e uma participação no Super Bowl XXX (derrota para o Dallas Cowboys, por 27 x 17, no Sun Devil Stadium, em Arizona).


Em 1996, Marvin Lewis foi contratado pela “recém-fundada” equipe de Baltimore, assumindo o posto de Coordenador Defensivo – cargo que ocupou por seis anos e contribuiu decisivamente para a fama da “temível defesa” dos Corvos Púrpuras! Especialmente após a temporada de 2000, quando os Ravens estabeleceram novos recordes de menos jardas terrestres cedidas (970) e de menos pontos sofridos (165) desde que a NFL passou a ser disputada em temporadas de 16 jogos. E claro que o completo e absoluto domínio sobre o New York Giants, no Super Bowl XXXV (vitória de Baltimore por 34 x 07), coroou esta campanha incrível do sistema defensivo comandado por Lewis!


Em 2002, Marvin foi cotado para assumir o posto de Treinador Principal de várias equipes – dentre as quais destacamos a negociação com o Tampa Bay Buccaneers. Segundo os jornais da Flórida, o General Manager Rich McKay havia apresentado uma proposta formal, aceita pelos Ravens (que rescindiu o contrato de Lewis amigavelmente); mas a Família Glazer (proprietária dos Bucs e do Manchester United) optou por Jon Gruden...


Não podemos acusá-los de terem feito um “mal negócio” (já que em 2002 o Tampa Bay conquistou o Super Bowl XXXVII, derrotando o Oakland Raiders por 48 x 21 na Califórnia); mas Malcolm Glazer quase arruinou a carreira promissora de Marvin Lewis – agora desempregado graças a esta “mudança de opinião” repentina!


Por sorte, surgiu uma vaga de Coordenador Defensivo no Washington Redskins; e seu currículo vitorioso o credenciou para a vaga na Capital Federal. E seu desempenho não fora tão ruim: 07 vitórias e 09 derrotas, com um saldo negativo -58 pontos na temporada regular (números próximos das estatísticas de 2001). Mas a ausência nos playoffs e seu sonho de assumir o comando de uma equipe na NFL foram decisivos para que Marvin Lewis deixasse os “peles vermelhas” no fim do ano e desembarcasse em Cincinnati!

Como vimos nos capítulos anteriores, nos últimos 15 anos, os Bengals tornaram-se o grande “saco de pancadas” da liga (52 vitórias e 108 derrotas na década de 1990); e vinha de outra temporada desastrosa em 2002 (02 vitórias e 14 derrotas). E mesmo a chegada de um novo Treinador ou a primeira escolha no Draft de 2003 pareciam indicar uma mudança significativa nesta tendência...


Ledo engano!

O dia 14 de Janeiro de 2003 (data da assinatura do contrato com o nono Treinador Principal da história dos Bengals) marcou o início do renascimento da equipe!

E este fenômeno também passou pela escolha do Quarterback Carson Palmer (Southern California) na 1ª posição geral do Draft – embora o veterano Jon Kitna tenha permanecido como titular da equipe em 2003 (sendo responsável por todas as jogadas ofensivas de Cincinnati nesta temporada – um feito inédito em nossa história)...


Vejamos como foram os jogos:

1ª Rodada – 07.09.2003 – Bengals 10 x 30 Broncos;
2ª Rodada – 14.09.2003 – Raiders 23 x 20 Bengals;
3ª Rodada – 21.09.2003 – Bengals 10 x 17 Steelers;
4ª Rodada – 28.09.2003 – Browns 14 x 21 Bengals;
5ª Rodada – 05.10.2003 – Bills 22 x 16 Bengals (Prorrogação);
6ª Rodada – 19.10.2003 – Bengals 34 x 26 Ravens;
7ª Rodada – 26.10.2003 – Bengals 27 x 24 Seahawks;
8ª Rodada – 02.11.2003 – Cardinals 17 x 14 Bengals;
9ª Rodada – 09.11.2003 – Bengals 34 x 27 Texans;
10ª Rodada – 16.11.2003 – Bengals 24 x 19 Chiefs;
11ª Rodada – 23.11.2003 – Chargers 27 x 34 Bengals;
12ª Rodada – 30.11.2003 – Steelers 20 x 24 Bengals;
13ª Rodada – 07.12.2003 – Ravens 31 x 13 Bengals;
14ª Rodada – 14.12.2003 – Bengals 41 x 38 49ers;
15ª Rodada – 21.12.2003 – Rams 27 x 10 Bengals;
16ª Rodada – 28.12.2003 – Bengals 14 x 22 Browns.


A torcida percebeu que “novos ventos” estavam soprando para longe a maldição que se abateu sobre a equipe (principalmente após a inesperada vitória sobre os Chiefs – que chegaram à 10ª Rodada com um retrospecto de 09 vitórias em 09 jogos); e os Bengals tiveram o maior público total de seus jogos em casa em uma única temporada (479.488 espectadores); além do recorde de público no Paul Brown Stadium (65.362 presentes na derrota para Cleveland na última rodada)!

Evidentemente, as 08 vitórias de 2003 não foram suficientes para nos levar aos playoffs; mas o desempenho da equipe não serviu somente para renovar as esperanças do torcedor por “dias melhores”! Os Bengals levaram dois atletas ao Pro Bowl (Tackle Willie Anderson e o WR Chad Johnson); e o estreante Marvin Lewis ficou em segundo lugar na votação para “Técnico do Ano” (título que merecidamente ficou nas mãos de Bill Belichick)!


Falando em Chad “Ochocinco” Johnson, o polêmico Wide Receiver mostrou-se em ótima forma – liderando com folga as estatísticas do jogo aéreo (90 recepções para 1.355 jardas e 10 TD’s). Já Corey Dillon perdeu espaço para Rudi Johnson, novo líder das estatísticas no jogo terrestre (215 corridas para 957 jardas e 09 TD’s). E como dissemos acima, Jon Kitna não deu chances ao calouro Palmer (324 passes completos em 520 tentativas; conquistando 3.591 jardas; com 26 TD’s; 15 INT’s; e Rating de 87.4).


Belichick não apenas fez a melhor campanha da Conferência Americana na Temporada Regular; mas também conduziu os Patriots por duas vitórias em casa nos playoffs (17 x 14 sobre o Tennessee Titans e 24 x 14 sobre o Indianapolis Colts); levando o New England para o Super Bowl XXXVIII – onde bateu o Carolina Panthers por 32 x 29; conquistando seu segundo Troféu Vince Lombardi...


Em 2004, a diretoria dos Bengals promoveu a troca do gramado do Paul Brown Stadium (removendo a grama natural e substituindo pela grama sintética). Os uniformes da equipe também mudaram (adotando um designer mais “moderno” e arrojado; além de cores mais vibrantes – em especial na bela terceira camisa laranja). E Carson Palmer finalmente assumiria a titularidade da equipe!


Mas apesar de todas essas mudanças anunciadas durante a offseason; em campo, o desempenho da equipe decepcionou: quatro derrotas nos primeiros cinco jogos... Felizmente, o time se recuperou – e conquistou sete vitórias nas últimas 11 partidas!

1ª Rodada – 12.09.2004 – Jets 31 x 24 Bengals;
2ª Rodada – 19.09.2004 – Bengals 16 x 13 Dolphins;
3ª Rodada – 26.09.2004 – Bengals 09 x 23 Ravens;
4ª Rodada – 03.10.2004 – Steelers 28 x 17 Bengals;
5ª Rodada – 17.10.2004 – Browns 34 x 17 Bengals;
6ª Rodada – 25.10.2004 – Bengals 23 x 10 Broncos;
7ª Rodada – 31.10.2004 – Titans 27 x 20 Bengals;
8ª Rodada – 07.11.2004 – Bengals 26 x 03 Cowboys;
9ª Rodada – 14.11.2004 – Redskins 10 x 17 Bengals;
10ª Rodada – 21.11.2004 – Bengals 14 x 19 Steelers;
11ª Rodada – 28.11.2004 – Bengals 58 x 48 Browns;
12ª Rodada – 05.12.2004 – Ravens 26 x 27 Bengals;
13ª Rodada – 12.12.2004 – Patriots 35 x 28 Bengals;
14ª Rodada – 19.12.2004 – Bengals 17 x 33 Bills;
15ª Rodada – 26.12.2004 – Bengals 23 x 22 Giants;
16ª Rodada – 02.01.2005 – Eagles 10 x 38 Bengals.


Estas oito vitórias foram marcadas pelo expressivo desempenho individual de alguns atletas – em especial do T Willie Anderson; CB Tory James; WR Chad Johnson e do RB Rudi Johnson (todos convocados ao Pro Bowl – número recorde de jogadores dos Bengals em uma única edição do “jogo das estrelas” desde a temporada de 1990). Mas não foram suficientes para nos levar aos playoffs... apesar da torcida continuar apoiando incondicionalmente a equipe (quebrando o recorde de público da temporada anterior, estabelecendo nova marca: 524.248 espectadores presentes nas arquibancadas do PBS)!


Carson Palmer foi relativamente bem, em sua temporada de estréia “efetiva” (263 passes completos em 432 tentativas; conquistando 2.897 jardas; com 18 TD’s; 18 INT’s; e Rating de 77.3); e recebeu o prêmio de AFC Offensive Player of the Week após a incrível “virada” sobre os Ravens no dia 05 de Dezembro. Mas longe de justificar uma primeira escolha no Draft; e ainda sofreu uma lesão no joelho no jogo seguinte...

Os Johnson’s continuaram sendo as estrelas do ataque, com Chad no jogo aéreo (95 recepções para 1.274 jardas e 09 TD’s) e Rudi no jogo terrestre (361 corridas para 1.454 jardas e 12 TD’s). Confesso que não vou resistir ao trocadilho: Essa dupla Johnson & Johnson veio para acabar com o sofrimento da torcida! Então... “Chega de Lágrimas” (“No More Tears”), Cincinnati!


Na pós-temporada, os Steelers chegaram a final da Conferência Americana com a melhor campanha na temporada regular (após derrotarem o N.Y. Jets na prorrogação por 20 x 17); mas perderam em casa para o New England Patriots (que na rodada anterior venceram os Colts por 20 x 03 no Gillete Stadium) por expressivos 27 x 41! E os garotos de Belichick venceram seu terceiro Super Bowl (o segundo consecutivo) ao baterem o Philadelphia Eagles por 24 x 21 (SB XXXIX, em Jacksonville, Flórida)...


Após dois anos de “quase”... finalmente chegamos à pós-temporada!

Uma incrível campanha de 11 vitórias e apenas 05 derrotas garantiu nosso primeiro título da AFC North (sexto título de Divisão da nossa história); e nossa oitava participação nos playoffs (algo que não acontecia desde 1990)!

Pois é, meus caros rivais...

As piadas sobre o Tigre-de-Bengala já não eram tão engraçadas em 2005, né?


Cincinnati estabeleceu inúmeros recordes defensivos nesta temporada, tais como:

Menor número de Fumbles sofridos: 06;

Menor número de Sacks sofridos: 21;

Saldo de Turnovers: +24;

Número de Interceptações: 31;

Pontos Marcados pela Defesa: 44;

Pontos Sofridos pelo Ataque: 20;

Vitórias Fora de Casa: 06.

E o ataque acompanhou o ritmo de desenvolvimento da defesa, com o trio Palmer – Johnson & Johnson brilhando cada vez mais! Nosso QB terminou sua segunda temporada liderando os Bengals com 345 passes completos em 509 tentativas; conquistando 3.836 jardas; com 32 TD’s; 12 INT’s; e Rating de 101.1. Rudi continuou imbatível no jogo terrestre (337 corridas para 1.458 jardas e 12 TD’s); e Chad liderando o jogo aéreo (97 recepções para 1.432 jardas e 09 TD’s) – embora outro recebedor também tenha se destacado (e não apenas pelo nome complicado): T.J. Houshmandzadeh! Esta dupla, somada, obteve 175 recepções e conquistou 2.388 jardas aéreas...


Estes ótimos números se refletiram na convocação de cinco atletas para o Pro BowlT Willie Anderson, K Shayne Graham, WR Chad Johnson, CB Deltha O’Neal e QB Carson Palmer! Mas não foram os únicos destaques: Odell Thurman igualou o recorde de Tommy Casanova (estabelecido em 1972), e tornou-se o segundo novato a conseguir 05 Interceptações em sua temporada de estréia! Nada mal para um Linebacker inexperiente, hein? E pelo terceiro ano consecutivo, o recorde de público total do PBS foi quebrado: 526.469 pessoas assistiram aos jogos em Cincinnati...

1ª Rodada – 11.09.2005 – Browns 13 x 27 Bengals;
2ª Rodada – 18.09.2005 – Bengals 37 x 08 Vikings;
3ª Rodada – 25.09.2005 – Bears 07 x 24 Bengals;
4ª Rodada – 02.10.2005 – Bengals 16 x 10 Texans;
5ª Rodada – 09.10.2005 – Jaguars 23 x 20 Bengals;
6ª Rodada – 16.10.2005 – Titans 23 x 31 Bengals;
7ª Rodada – 23.10.2005 – Bengals 13 x 27 Steelers;
8ª Rodada – 30.10.2005 – Bengals 21 x 14 Packers;
9ª Rodada – 06.11.2005 – Ravens 09 x 21 Bengals;
10ª Rodada – 20.11.2005 – Bengals 37 x 45 Colts;
11ª Rodada – 27.11.2005 – Bengals 42 x 29 Ravens;
12ª Rodada – 04.12.2005 – Steelers 31 x 38 Bengals;
13ª Rodada – 11.12.2005 – Bengals 23 x 20 Browns;
14ª Rodada – 18.12.2005 – Lions 17 x 41 Bengals;
15ª Rodada – 24.12.2005 – Bengals 27 x 37 Bills;
16ª Rodada – 01.01.2006 – Chiefs 37 x 03 Bengals.

Os Bengals conquistaram o título da Divisão – mas os Steelers terminaram com o mesmo retrospecto (11 vitórias e 05 derrotas). A diferença foi o número de vitórias dentro da própria AFC North (Cincinnati obteve 05 vitórias e 01 derrota; enquanto Pittsburgh teve 04 vitórias e 02 derrotas). E quis o destino que encarássemos os metalúrgicos logo na primeira rodada da pós-temporada...


Os Colts terminaram com a melhor campanha da Conferência Americana (14 vitórias e 02 derrotas); seguidos pelo Denver Broncos (13 vitórias e 03 derrotas). Estes dois times puderam descansar durante a Rodada de Wild Card – onde os Bengals (terceira melhor campanha) enfrentaram os Steelers (equipe pior classificada); e os Patriots (“pior campeão” – 10 vitórias e 06 derrotas) enfrentaram o Jacksonville Jaguars (12 vitórias e 04 derrotas).


Era evidente a tensão em cada um dos 65.870 torcedores que lotavam o Paul Brown Stadium, naquele fim de tarde de domingo (08 de Janeiro de 2006). Afinal, já haviam se passado 15 anos desde a última aparição dos Bengals nos playoffs – e pela primeira vez, encararíamos nossos rivais (e algozes) Steelers na pós-temporada!


Pittsburgh, como sempre, jogou sujo... e logo na segunda jogada ofensiva dos Bengals, Kimo Von Oelhoffen acertou violentamente nosso Quarterback titular – lesionando seu joelho e tirando Palmer da partida! Mesmo assim, seu passe de 66 jardas para Chris Henry (jogador novato, draftado na terceira rodada, que também deixaria esta partida lesionado) foi bem sucedido, possibilitando o chute de 23 jardas de Shayne Graham para abrir o placar!

Ainda no 1º Quarto, Jon Kitna completou três passes consecutivos e o ataque de Cincinnati avançou por 40 jardas (além das 11 jardas terrestres desta campanha). E Rudi Johnson tratou de ampliar a vantagem para 10 x 00, após uma corrida de 20 jardas para TD!

Festa nas arquibancadas!

A maldição parecia ter acabado!

Parecia...

No 2º Quarto, Willie Parker recebeu um passe de 19 jardas de Ben Roethlisberger; e os Steelers diminuíram a desvantagem para 10 x 07... Por sorte, Kitna entrou bem no jogo; e quatorze jogadas depois, acertou um passe de sete jardas para T.J. Houshmandzadeh anotar o segundo TD dos Bengals!

Com a vantagem de 10 pontos restaurada, o torcedor de Cincinnati pode respirar aliviado por alguns minutos...

Mas Big Ben, para variar, jogou muito contra os Bengals...


Ele acertou um passe de 54 jardas para Cedrick Wilson; posicionando a equipe visitante bem próxima de nossa End Zone. Dali, só precisou um passe curto, de apenas cinco jardas, para Hines Ward deixar o placar em 17 x 14...

Depois do intervalo, o ataque de Cincinnati conseguiu um excelente avanço de 62 jardas até a marca de 15 do campo de ataque. Mas o Treinador Marvin Lewis não quis arriscar uma conversão de quarta descida; e Shayne Graham entrou em campo para converter um Field Goal de 34 jardas...

Algo relativamente simples...

Não fosse o erro bisonho cometido pelo Center Brad St. Louis, que lançou a bola por cima da cabeça de Kyle Larson (nosso Holder)! Graham conseguiu recuperar a bola e evitar um estrago ainda maior, mas a próxima campanha de Pittsburgh já começou na marca de 34 jardas de seu campo de defesa...

Sete jogadas depois, Jerome Bettis corria para dentro de nossa End Zone...

E o placar mostrava: Bengals 17 x 21 Steelers...

Ainda neste 3º Quarto, a dupla RoethlisbergerWilson protagonizou outro lance memorável: passe de 43 jardas para TD dos metalúrgicos...

Cincinnati sentiu o duro golpe, e no último Quarto, começou a forçar demais os passes – resultando em duas Interceptações “fatais”. A primeira, recuperada pelo LB James Farrior, foi retornada por 22 jardas e facilitou o trabalho de Jeff Reed (que converteu um FG de 23 jardas). E a segunda, recuperada pelo Safety Troy Polamalu, colocou um ponto final na partida – possibilitando ao time visitante correr com a bola para gastar o relógio...

Fim de jogo: vitória dos Steelers por 17 x 31...


Na semi-final, Pittsburgh venceu fora de casa o Indianapolis Colts por 18 x 21; e na final da AFC, conquistou seu sexto título de Conferência, ao bater os Broncos, em Denver, por 17 x 34. Com isso pode disputar o Super Bowl XL, em Detroit, contra o Seattle Seahawks (equipe com a melhor campanha da NFC). E mais uma vez venceu (31 x 10), conquistando pela quinta vez o Troféu Vince Lombardi...


Apesar da decepção e do “gosto amargo” deixado pela eliminação em casa, a torcida dos Bengals estava satisfeita com a boa campanha – lembrando os “anos dourados” da década de 1980! E aguardava ansiosa pela campanha de 2006...

Durante toda a offseason, especialistas discutiam se Carson Palmer teria condições de jogo (após a grave lesão sofrida no jogo contra os Steelers); mas nosso Quarterback conseguiu se recuperar totalmente e foi titular em todos os 16 jogos da temporada! E com bons números: 324 passes completos em 520 tentativas; conquistando 4.035 jardas; com 28 TD’s; 13 INT’s; e Rating de 93.9. Tanto que fora convocado mais uma vez para o Pro Bowl (ao lado do WR Chad Johnson e T Willie Anderson)!

Aliás, a dupla Johnson & Johnson continuou imbatível nas estatísticas ofensivas da equipe de Cincinnati: Rudi o melhor RB (341 corridas para 1.309 jardas e 12 TD’s); e Chad o melhor WR (87 recepções para 1.369 jardas e 07 TD’s). Mas pela primeira vez na história da franquia, tivemos dois atletas ultrapassando a marca de 1.000 jardas recebidas numa mesma temporada – trata-se, obviamente, da performance de T.J. Houshmandzadeh (1.081 jardas). Na defesa, destaque para o DE Robert Geathers (primeiro jogador dos Bengals a ultrapassar a marca de 10 Sack’s desde 1992).


E o começo da temporada não poderia ter sido melhor: três vitórias nos três primeiros jogos

Infelizmente, a equipe sofreu um revés, e perdeu 04 das próximas 05 partidas – mas surpreendentemente se recuperou, e venceu quatro jogos seguidos!

Faltando 03 jogos para o fim da temporada, e com um retrospecto de 08 vitórias e 05 derrotas; estávamos bem próximos da conquista do bi-campeonato da AFC North (ou pelo menos na briga por uma vaga na pós-temporada)...

1ª Rodada – 10.09.2006 – Chiefs 10 x 23 Bengals;
2ª Rodada – 17.09.2006 – Bengals 34 x 17 Browns;
3ª Rodada – 24.09.2006 – Steelers 20 x 28 Bengals;
4ª Rodada – 01.10.2006 – Bengals 13 x 38 Patriots;
5ª Rodada – 15.10.2006 – Buccaneers 14 x 13 Bengals;
6ª Rodada – 22.10.2006 – Bengals 17 x 14 Panthers;
7ª Rodada – 29.10.2006 – Bengals 27 x 29 Falcons;
8ª Rodada – 05.11.2006 – Ravens 26 x 20 Bengals;
9ª Rodada – 12.11.2006 – Bengals 41 x 49 Chargers;
10ª Rodada – 19.11.2006 – Saints 16 x 31 Bengals;
11ª Rodada – 26.11.2006 – Browns 00 x 30 Bengals;
12ª Rodada – 30.11.2006 – Bengals 13 x 07 Ravens;
13ª Rodada – 10.12.2006 – Bengals 27 x 10 Raiders;
14ª Rodada – 18.12.2006 – Colts 34 x 16 Bengals;
15ª Rodada – 24.12.2006 – Broncos 24 x 23 Bengals;
16ª Rodada – 31.01.2006 – Bengals 17 x 23 Steelers (Prorrogação).

Exatamente...

No último dia do ano, perdemos em casa, para Pittsburgh, na prorrogação...


Se tivéssemos vencido este último jogo, teríamos alcançado a vaga nos playoffs – já que terminaríamos com 09 vitórias e 07 derrotas; empatados com Kansas City Chiefs e Denver Broncos (mas levando vantagem nos critérios de desempate)...

Mas a vitória dos Steelers nos tirou a vaga e não os levou à pós-temporada!

Ou seja: morremos “abraçados”!

Baltimore Ravens, campeão da AFC North (13 vitórias e 03 derrotas); acabou derrotado em casa pelo Indianapolis Colts (campeão da AFC South, mas com campanha pior: 12 vitórias e 04 derrotas), na semifinal, pelo placar de 06 x 15...

Mesmo tendo apenas a terceira melhor campanha da Conferência Americana, o time de Indiana decidiu em casa o título – enfrentou o New England Patriots (pior dos campeões de Divisão) e venceu apertado, pelo placar de 38 x 34! Porém, no Super Bowl XLI, Peyton Manning e companhia atropelaram o Chicago Bears (equipe de melhor campanha na Conferência Nacional), por sonoros 29 x 17...


Marvin Lewis não conquistou nenhum resultado significativo nestes primeiros quatro anos à frente dos Bengals (exceto a campanha de 2005); mas o garoto de McDonald conseguiu algo muito mais importante: resgatou o amor da torcida de Cincinnati pela equipe; bem como devolveu o orgulho e o espírito de luta para os jogadores! Em pouco tempo, esta geração de Carson Palmer, Chad Johnson, Chris Henry, Robert Geathers, Deltha O’Neal, Domata Peko, Shayne Graham, T.J. Houshmandzadeh e Rudi Johnson; conseguiu transformar o “saco de pancadas” da AFC North numa equipe competitiva!


Mas esta geração talentosa tinha um grave problema: eram rebeldes!

Verdadeiros gênios indomáveis...


E claro que, cedo ou tarde, iriam sair do controle!