segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Offseason 2014 – ProBowl e Novos Técnicos!



Imaginem que a NFL aboliu a regra do Salary Cap; e um dono de franquia multimilionário resolveu investir pesado na criação de um “Dream Team”...

Imaginem como seria torcer para uma equipe comandada por Drew Brees (Saints); tendo no banco dois Quarterback’s como Phillip Rivers (Chargers) e Alex Smith (Chiefs). Para o jogo terrestre, sua equipe contaria com Matt Forte (Bears); mas poderia alternar jogadas com DeMarco Murray (Cowboys) e LeSean McCoy (Eagles). Já para o jogo aéreo, seu time teria dois excelentes Wide Receivers: Brandon Marshall (Bears) e Josh Gordon (Browns); além de uma dupla de Tight Ends bem “razoável”: Jimmy Graham (Saints) e o lendário Tony Gonzalez (Falcons). Isto sem falar em sua defesa – com jogadores do nível de Derrick Johnson (Chiefs); Robert Mathis (Colts), Antrel Rolle (Giants) e Vontaze Burfict (Bengals)...

Seja sincero: teria alguma graça?

Claro que não!

A NFL sabe que o equilíbrio de forças é justamente seu maior encanto...


Mas uma vez por ano, a Liga viaja para o Hawaií e reúne alguns de seus melhores atletas – formando duas “seleções” para a disputa do ProBowl!

Em teoria, um jogo maravilhoso – com duas equipes recheadas de estrelas...

Na prática... um excelente remédio contra a insônia!

Confesso que tentei assistir ao jogo até o final, disputado neste último domingo (26.01.2014), mas o sono me venceu...

E não se trata apenas do maldito Horário de Verão brasileiro – que torna a vida dos fãs da bola oval um verdadeiro tormento; mas principalmente porque a falta de intensidade e vibração dos atletas é visível...


Ao menos para mim, fica nítida a má-vontade da maioria dos jogadores (uma preguiça talvez), em disputar uma partida que não serve para “coisíssima” nenhuma! E como agravante, os atletas ainda estão expostos a uma possível lesão grave – como no lance em que A.J. Green sofreu uma “paulada” violenta (que certamente causou calafrios em todos os torcedores dos Bengals)!

É claro que o jogo é uma festa – e os jogadores adoram viajar para o arquipélago paradisíaco perdido no meio do Oceano Pacífico; onde reencontram velhos amigos e podem “bater uma bolinha” sem as tensões da temporada regular ou playoffs...


Mas mesmo com a mudança ocorrida este ano (“amigos” do Jerry Rice contra “amigos” do Deion Sanders; no lugar do tradicional confronto entre a seleção da AFC contra a seleção da NFC); a partida não pode ser classificada como “emocionante”...

Bem longe disto!

Muitos erros (oito turnovers – incluindo seis interceptações; e nove sack’s) e um 3º Quarto especialmente ruim acabaram “maculando” a disputa; que pelo menos “saciou” a vontade dos fãs de assistirem atletas da mesma equipe se enfrentando; e jogadores de Conferências distintas atuando juntos pela primeira vez...

O quê? Vocês não sabem quem são Jerry Rice e Deion Sanders?


Jerry Lee Rice é conhecido como “o maior WR de todos os tempos”. Três títulos do Super Bowl – todos com a camisa do San Francisco 49ers (dois deles conquistados em cima dos Bengals), que aposentou sua camisa nº 80; selecionado 13 vezes para o ProBowl; campeão da AFC pelo Oakland Raiders; e detentor de inúmeros recordes da NFL. Entre 1985 e 2004, anotou “apenas” 208 TD’s! Com isso, sua vaga no Hall da Fama estava mais do que garantida...

Seu único “adversário” capaz de detê-lo foi Deion Sanders!


O Cornerback com passagens por Falcons, 49ers, Cowboys, Redskins e Ravens; jogou entre 1989 e 2005; e foi campeão do Super Bowl duas vezes – sendo eleito para o ProBowl oito vezes; entrando para o Hall da Fama em 2011. Para um defensor, seus números são impressionantes: 53 interceptações e 22 TD’s. Curiosamente, o Sr. Sanders também jogou beisebol profissionalmente entre 1989 e 2001 – com passagens por grandes times (New York Yankees, Atlanta Braves, San Francisco Giants... e por duas vezes jogou no Cincinnati Reds – temporadas de 1994 e 1995; 1997 a 2001)!

Para quem começou a acompanhar a NFL recentemente: imagine a mídia envolvida nos confrontos entre Tom Brady e Peyton Manning – cobrindo a intensa rivalidade entre Richard Sherman e Michael Crabtree...


Era mais ou menos isso o que acontecia nos confrontos entre Sanders e Rice!

E exatamente por isso, a dupla foi convidada para estrear este novo “modelo” de confrontos no Pro Bowl 2014...


O time “Rice” venceu a partida por 22 x 21; graças a um passe de 20 jardas para TD de DeMarco Murray e a conversão de dois pontos de Mike Tolbert (Panthers); faltando menos de um minuto para acabar o jogo. A equipe “Sanders” ainda teve a “remota” chance de virar o placar, faltando cinco segundos, mas Justin Tucker (Ravens), para variar, errou um Field Goal de 67 jardas...

(Ok... foi maldade! Esse erro está plenamente justificado pela distância!)


A.J. Green, em seu terceiro ProBowl nos primeiros três anos de carreira; jogou pelo time “Sanders” – mas sua performance fora discreta. Sua única jogada aconteceu ainda no primeiro Quarto, quando Andrew Luck (QB de Indianapolis) fez um passe curto e o nosso camisa nº 18 avançou por sete jardas; antes de ser derrubado por Robert Mathis (Linebacker dos Colts). Esta foi a primeira vez que Green não anotou pontos no jogo das estrelas...


Em compensação, Vontaze Burfict fora destaque na linha defensiva do time “Rice” – derrubando os “gigantes” Jamaal Charles (Chiefs); Alfred Morris (Redskins); Cam Newton (Panthers – após um fumble sofrido e recuperado pelo QB no 3º Quarto); Eddie Lacy (Packers) e Jason Witten (Cowboys). Para coroar sua atuação de “gala”, nosso Linebacker interceptou um passe de Andrew Luck ainda no 1º Quarto!

Com isso, encerra-se oficialmente a participação dos jogadores dos Bengals nesta temporada 2013 – cuja disputa do Super Bowl ficará entre Denver Broncos e Seattle Seahawks; no próximo domingo (02.02.2014); no MetLife Stadium, em Nova York.


Mas a preparação para a temporada 2014 já começou em Cincinnati!


Jay Gruden, nosso Coordenador Ofensivo, assinou contrato como Treinador Principal do Washington Redskins; e Mike Zimmer (Coordenador Defensivo responsável por tornar nossa defesa uma das mais respeitadas da Liga) assumirá o comando do Minnesota Vikings na próxima temporada...


Isto comprova a qualidade do trabalho desenvolvido pelos Bengals nos últimos três anos (ou seja: durante a Era “Dalton-Green”); pois dois treinadores “assistentes” foram convocados para assumir duas equipes tradicionais da NFL!

Isto certamente nos enche de orgulho...

Mas também é preocupante – pois representa uma “quebra violenta” no trabalho de reconstrução e fortalecimento da equipe de Cincinnati!

Pelo menos no ataque, até o presente momento, os especialistas estão otimistas:


Hue Jackson assumirá o posto deixado por Gruden...

Nascido em 22 de Outubro de 1965; Jackson trabalhou por quase dez anos no futebol universitário antes de ser contratado pelos Redskins como “Treinador de Running Backs” (temporadas de 2001 e 2002). Em 2003, assumiu o posto de “Coordenador Ofensivo” da equipe da Capital Federal. Em 2004, foi contratado pelos Bengals como “Treinador de Wide Receivers”; e permaneceu em Cincinnati até 2007 – quando foi contratado como “Coordenador Ofensivo” dos Falcons...

Em 2008 e 2009, trabalhou como “Treinador de Quarterbacks” em Baltimore; e em 2010 voltou a ser “Coordenador Ofensivo” – desta vez em Oakland. Em 2011, assumiu como “Técnico Principal” dos Raiders; e fez um bom trabalho (08 vitórias e 08 derrotas); mas a equipe californiana terminou fora dos playoffs; e o novo General Manager Reggie McKenzie o demitiu em 10.01.2012...


Eis que os Bengals o recontratou em 17.02.2012 – desta vez como “Treinador da Linha Secundária” e “Assistente de Special Teams”. Mas com a aposentadoria de Jim Anderson; Hue Jackson assumiu como “Treinador de Running Backs” em 2013; e agora herdou o posto de “Coordenador Ofensivo” de Cincinnati!

Espera-se que Jackson mantenha o mesmo estilo de jogo de Gruden (com quem trabalhou diretamente no último ano); mas imaginamos um jogo corrido mais presente – aliviando a pressão sobre os passes de Andy Dalton!

T.J. Houshmandzadeh, um dos destaques de Cincinnati durante a primeira passagem do treinador; declarou à imprensa esta semana:

- Jay Gruden fez muitas coisas boas pelos Bengals; e estava na cara que ele iria conseguir um emprego de mais destaque... Por isso, a diretoria foi inteligente ao recontratar Jackson alguns anos atrás – preparando-o para o futuro. Isto foi bom para Cincinnati, bom para o Marvin Lewis, bom para a família Brown e principalmente bom para o próprio Jackson! Hue gosta de correr com a bola; mas também fará de tudo para equilibrar o ataque; alternando corridas com bons passes curtos e outros em profundidade. Eu aposto metade da minha aposentadoria que o ataque dos Bengals estará ainda melhor em 2014!


Curiosamente, Marvin Lewis e Hue Jackson trabalharam juntos pela primeira vez em 2002 – quando nosso “Técnico Principal” era o “Coordenador Defensivo” do Washington Redskins (primeira equipe profissional de Jackson)! E Lewis não poupou elogios ao “antigo” colega:

- Estou muito animado com a promoção do Hue... Somos abençoados de ter um corpo técnico tão capacitado que nos permite substituir as peças sem recorrer ao mercado! Ele manterá a linha de trabalho que estamos desenvolvendo nos últimos anos; mas acredito que trará algo inovador ao nosso ataque. E sem dúvida alguma, a experiência e o conhecimento profundo de Hue sobre todos os aspectos de um time de futebol são tesouros inestimáveis...


Jackson retribuiu a “rasgação de seda”:

- É uma honra assumir o posto de “Coordenador Ofensivo” e continuar trabalhando com Marvin e Mike Brown [proprietário da equipe]! Só posso agradecê-los pela oportunidade e confiança no meu trabalho... Nosso objetivo é alcançar a excelência e, deste modo, conquistar o troféu Vince Lombardi! E podem ter certeza que vou trabalhar incessantemente para conquistarmos esse objetivo!


O grandalhão Andrew Whitworth, um dos líderes de nossa linha ofensiva, elogiou o trabalho desenvolvido por Gruden:

- Estou feliz pelo Jay... Quando outras equipes vêm buscar Coordenadores Ofensivos e Defensivos para assumir o controle total do time, sabemos que estamos caminhando na direção certa... Sabemos que ainda somos uma equipe jovem; e muitos destes garotos só conhecem o estilo de jogo do Gruden. Então vamos ver como podemos adaptá-los ao novo sistema no menor tempo possível...


O Ruivo também comentou essa transição:

- Obviamente ainda não sabemos como este ataque funcionará em 2014, mas acredito nos treinadores, acredito nos meus companheiros de time e principalmente acredito que Deus tem um plano para cada um de nós – e tenho fé que coisas boas irão acontecer...


Segundo um levantamento realizado no site oficial dos Bengals; se considerarmos apenas as partidas em que Cincinnati correu pelo menos 30 vezes com a bola – a equipe venceu 21 e perdeu apenas 03 vezes! E nas três oportunidades em que disputou os playoffs sob o comando de Dalton (duas vezes contra os Texans e uma contra os Chargers), os Bengals não correram 30 vezes em nenhum jogo... Isto, por si só, mostra que a aposta de Hue Jackson no jogo corrido pode resultar no próximo “salto de qualidade” da equipe!

E não custa lembrar que temos peças suficientes para isso!

Giovani Bernard entrará no seu segundo ano mais experiente; e BenJarvus Green-Ellis continuará sendo o “trator” de sempre! Isto sem falar no Draft 2014 e no mercado de Free Agents (que sempre nos trazem “boas surpresas”)!

Pelo visto, Mike Brown gostou desta política de “Santo de Casa Operando Milagres” – já que promoveu Paul Guenther ao cargo de “Coordenador Defensivo” no lugar de Mike Zimmer!


Guenther nasceu em 22.11.1971 e trabalha desde a temporada 2005 nos Bengals. Seu último cargo antes de assumir a Coordenação Defensiva era de “Treinador de Linebackers”; colaborando decisivamente para os excelentes números obtidos nesta temporada: 6ª melhor defesa cedendo jardas (média de 319,7 jardas por jogo) e 8ª melhor defesa cedendo pontos (média de 20 pontos sofridos por jogo). Isto sem falar no incrível desenvolvimento de Vontaze Burfict – novato não-draftado que assumiu a titularidade da equipe e chegou ao ProBowl 2014! Com Burfict em campo, a defesa de Cincinnati cedeu uma média de 2,4 jardas por jogada. Sem ele, esta média sobe para 4,5 jardas por jogada (ou seja: praticamente o dobro)!

Marvin Lewis mostrou-se confiante com esta substituição:

- Paul foi o braço-direito de Zimmer nos últimos anos, e notamos que o trabalho deles vem gerando frutos incríveis para a nossa defesa. Ele sabe quem somos e o que queremos, e tem total capacidade de conduzir os trabalhos daqui para frente. Conheço seu talento desde que trabalhamos juntos nos Redskins (em 2002); e sei que ele está pronto para agarrar essa oportunidade profissional única...


Sim, Guenther também trabalhou no Washington Redskins em 2002 (única equipe profissional antes de ser contratado pelos Bengals); mas diferentemente de seu colega Jackson; Paul jamais exerceu o cargo de “Coordenador Defensivo” – o que pode ser preocupante, quando seu plantel tem tantos atletas talentosos, mas ainda jovens e inexperientes (como Jayson DiManche, J.K. Schaffer, George Iloka, Dre Kirkpatrick, Emmanuel Lamur, Vincent Rey e... claro: Vontaze Burfict!).


Por incrível que pareça, as últimas três equipes que trocaram seus “Coordenadores Ofensivos e Defensivos” na mesma Offseason se deram muito bem!

Em 2007, os Chargers perderam Cam Cameron (Coordenador Ofensivo na temporada 2006 que saiu para assumir o cargo de Treinador Principal dos Dolphins) e Wade Phillips (Coordenador Defensivo contratado como Treinador Principal dos Cowboys). Resultado? A equipe conquistou o título da AFC West e a folga na rodada de Wild Card – mas foi derrotada pelo New England Patriots, em casa, por 21 x 24...

Em 1999, o Jacksonville Jaguars perdeu seu Coordenador Ofensivo Chris Palmer para o Cleveland Browns; e o Coordenador Defensivo Dick Jauron para os Bears; mas terminou a temporada regular com expressiva campanha de 14 vitórias e apenas 02 derrotas – e chegou à final da AFC (mas perdeu em casa para o Tennessee Titans por 14 x 33).

E finalmente em 1994, San Francisco 49ers perdeu Mike Shanahan (Coordenador Ofensivo que assumiu o posto de Treinador Principal do Denver Broncos) e Ray Rhodes (Coordenador Defensivo contratado pelo Philadelphia Eagles). Ainda sim, os Niners conquistaram o título da AFC West com uma campanha de 11 vitórias e 05 derrotas; atropelaram em casa os Bears (44 x 15) e os Cowboys (38 x 28); e foram para a Flórida – onde conquistaram o Super Bowl XXIX com um placar arrasador: 49 x 26 contra o San Diego Chargers!


Quem sabe não era isso que os Bengals precisavam para sair da fila?
 

"Aí, tio Mike! Contrata meus amigos para jogarem com a gente em Cincinnati, vai!" - A.J. Green (ao lado de DeSean Jackson [Eagles]; Dez Bryant [Cowboys], Cam Newton [Panthers] e Antonio Brown [Steelers]).

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Pós-Temporada 2013 – Rodada Wild Card – Bengals 10 x 27 Chargers



Torcer para os Bengals é um privilégio para poucos! Não porque somos uma torcida “exclusivista”, “xenofóbica” ou “racista” (bem longe disso!). É que muitos não agüentam a pressão! As desilusões! As dores do fracasso! Penso que torcer para os Bengals é igual estar casado com uma mulher linda! Daquelas que literalmente param o trânsito! Que “arrasam-quarteirão”! Que te encantam no primeiro olhar e te leva a loucura na cama! Mas que, exatamente por isso, vai te dar muita dor de cabeça...

É com esta reflexão – um misto de Vinicius de Moraes e Reginaldo Rossi (dois ídolos brasileiros que perdemos em 2013); que começamos a resenha da última partida dos Bengals nesta temporada...


Neste domingo, numa tarde fria de 05 de Janeiro de 2014, no Paul Brown Stadium, em Cincinnati, Ohio, EUA; os Bengals foram novamente derrotados na Rodada de Wild Card – desta vez perderam para o San Diego Chargers pelo placar de 27 x 10...


Mesmo sob a chuva gelada, Phillip Rivers mostrou uma precisão invejável nos passes; e a equipe californiana só precisou adotar uma postura “conservadora” ao longo da partida – errando pouco e aproveitando os muitos erros do ataque de Cincinnati (foram quatro turnovers – três deles no segundo tempo); para garantir sua passagem para a próxima fase (onde encaram os Broncos, em Denver, no próximo domingo, às 19:30 – horário de Brasília).

Mas o grande mérito da improvável classificação dos Chargers deve ser creditado à sua defesa! A 23ª no ranking de jardas totais cedidas aos adversários na temporada regular conseguiu anular completamente o ataque aéreo dos Bengals; e ainda pressionou bastante nosso QB – interceptando dois passes; derrubando-o três vezes e forçando dois fumbles!


Andy Dalton terminou a partida completando 29 dos 51 passes tentados (aproveitamento de 56,9%); conquistando 334 jardas e 01 passe para TD. Mesmo assim, seu “passer rating” foi de 67 (graças às 02 INT’s, 03 Sack’s e 02 Fumbles – um deles perdido). O Ruivo também correu cinco vezes com a bola e garantiu outras 26 jardas terrestres.

Por outro lado, Phillip Rivers acertou 12 passes dos 16 que lançou (aproveitamento de 75%); garantindo 128 jardas aéreas – com 01 passe para TD e nenhuma INT. Só foi derrubado uma vez e não sofreu nenhum fumble...


Se Cincinnati conseguiu bem mais do que o dobro de jardas aéreas; San Diego foi muito superior no jogo terrestre (196 jardas dos Chargers contra 113 dos Bengals). Este domínio, somado aos quatro turnovers que nosso ataque sofreu; foram suficientes para quebrar a seqüência de nove vitórias consecutivas em casa – e nem a nossa excelente defesa, trabalhando muito bem (para variar...), conseguiu evitar a eliminação dos Bengals...

Curiosamente, a última derrota dos Chargers aconteceu no dia 01.12.2013, em casa, para os Bengals; pelo placar de 17 x 10. Naquela oportunidade, Cincinnati venceu com relativa tranqüilidade – aproveitando-se dos três turnovers sofridos por San Diego!

Mas pelo visto, eles aprenderam a lição... “e quem com ferro fere...

Esta foi a primeira vitória dos Chargers nos playoffs desde 2008 (quando venceram os Colts, na prorrogação, por 23 x 17). Jogando fora de casa, em estádio aberto, a última vitória de San Diego na pós-temporada havia sido na decisão da AFC de 1994 (quando derrotaram os Steelers por 17 x 13)...

A primeira posse de bola da partida pertenceu aos Chargers, mas a equipe visitante só conseguiu uma 1ª descida e foi obrigada a chutar a bola para Cincinnati. Nossa primeira campanha ofensiva também não rendeu muitos frutos – duas primeiras descidas; e Zoltan Mesko (Jogador romeno, com passagens pelos Patriots e Steelers, contratado esta semana como Punter para substituir a “lenda” Shawn Powell – que chutou um punt por 10 jardas contra os Ravens na última rodada) devolveu a bola para San Diego.


Mas já na próxima campanha, Phillip Rivers mostrou que estava em uma tarde inspirada – e com grandes passes para Ladarius Green e Danny Woodhead, conseguiu levar a equipe auri-celeste à linha de cinco jardas do campo de ataque – facilitando o TD do “Cabeça de Madeira”. Após o chute de Extra Point, Chargers na frente: 00 x 07...

O 2º Quarto começou de modo bizarro: Andy Dalton sofreu um fumble na linha de 46 jardas do nosso campo de defesa; mas por sorte, o Ruivo mesmo recuperou a bola! Era um indício de uma longa tarde para a torcida dos Bengals...

Somente na terceira campanha ofensiva é que Cincinnati acordou! Alternando corridas de BenJarvus Green-Ellis e Giovani Bernard, os Bengals cruzaram o campo numa campanha de pouco mais de seis minutos; e Jermaine Gresham recebeu passe curto (04 jardas) para invadir a End Zone! Tudo igual no placar: 07 x 07!


A quarta campanha ofensiva dos Chargers também não rendeu sequer uma primeira descida; e faltando 03:37 para o intervalo, os Bengals teriam uma nova chance para virar o placar! Desta vez, o foco do ataque foi o jogo aéreo – mas como A.J. Green estava sempre marcado por dois ou três atletas; o jeito foi mirar em Marvin Jones... e Jones brilhou! Nosso camisa nº 82 recebeu um passe longo (49 jardas) de Andy Dalton; e só foi derrubado na linha de 16 do campo de ataque!


Após a parada do Two-Minute Warning, o Ruivo fez um passe curto para Gio Bernard – e nosso garoto “atrevido” começou a driblar a marcação e a avançar rumo à End Zone para virar o placar... quando Donald Butler acertou a bola e forçou um fumble, faltando apenas quatro jardas para nosso TD; sendo recuperado pelo Cornerback Richard Marshall...


Por sorte, nossa defesa trabalhou bem – e gastando nossos três “tempos” para travar o relógio, conseguimos recuperar a bola para uma última campanha ofensiva do primeiro tempo (faltando 01:14 para o intervalo).

Andy Dalton, claro, arriscou passes... e os Bengals conseguiram chegar à marca de 28 jardas do campo de ataque; faltando dois segundos para acabar o primeiro tempo. Daí, Mike Nugent conseguiu converter um FG de 46 jardas!

Bengals 10 x 07 Chargers!


O 3º Quarto começou com uma excelente corrida de BJGE de 12 jardas; mas Dalton voltou a arriscar passes (sem sucesso); e a campanha terminou com o Ruivo sendo derrubado atrás da linha de scrimmage...

San Diego também apostou nos passes curtos, mas diferentemente de Dalton, Rivers estava com uma pontaria excelente – e dez jogadas depois, Lardarius Green recebeu um passe de quatro jardas para virar o placar...

Bengals 10 x 14 Chargers...


Segundo a mal-fadada Lei de Murphy: o que está ruim pode piorar! E muito! Andy Dalton foi para mais um “shotgun”; mas não encontrou nenhum alvo “descoberto”... O jeito foi correr com a bola – e o Ruivo é muito bom nisso! Conseguiu conquistar 12 jardas; mas o novato Jahleel Addae forçou o fumble e recuperou a bola para os Californianos na marca de 46 do campo de ataque...

Apesar do bom trabalho de nossa defesa, cedendo poucas jardas por tentativa, prevaleceu a máxima “água mole, pedra dura, tanto bate até que fura!”. E embora não tenha sido um desastre completo, Nick Novak chutou um FG curto, de 25 jardas, para ampliar a vantagem dos visitantes: Bengals 10 x 17 Chargers...

Estava complicado mas ainda era possível vencer! Afinal, faltando 02:00 para o fim do 3º Quarto e jogando em casa; a diferença de apenas uma posse de bola é razoável...

Mas o Ruivo continuou apostando nos passes...


E numa 3ª para 08, na linha de 26 do nosso campo de defesa, Dalton tentou um passe curto para Mohamed Sanu... mas no meio do caminho estava Shareece Wright! E o Cornerback não apenas interceptou, como também retornou por 30 jardas – só sendo derrubado pelo próprio Sanu na marca de 03 jardas do campo de ataque!

Mais uma vez, a defesa de Cincinnati “salvou o dia” – e os visitantes tiveram que se contentar com outro FG curto (este de 23 jardas)...

Bengals 10 x 20 Chargers...


Perdendo por duas posses de bola no começo do último Quarto; Andy Dalton continuou forçando passes... um atrás do outro! Desta vez, porém, a torcida se encheu de esperanças – e a campanha que começou na linha de 11 jardas do campo de defesa já estava posicionada em uma 1ª para 10 na marca de 35 do campo de ataque!

Mas o Ruivo voltou a errar feio...

Melvin Ingram, talentoso Linebacker segundo-anista, interceptou o passe de Dalton para Tyler Eifert; e San Diego retomou a bola já no campo de ataque... mais uma vez!


Apesar da excelente posição de campo, os Chargers adotaram uma política “conservadora” – o que facilitou o trabalho de nossa defesa; que conseguiu devolver a bola para Cincinnati, faltando pouco mais de oito minutos para acabar o jogo!

Como o relógio era nosso maior inimigo e os Bengals começaram na linha de 12 do campo de defesa; só nos restava acreditar nos passes de Andy Dalton! E o Ruivo até que foi bem – variando os alvos e conquistando bons avanços; até a linha de 41 da defesa rival...

Desta vez, pelo menos, não houve interceptação...

Só uma jogada idiota mesmo!

4ª para 03 jardas, faltando 04:50 para terminar o jogo, com os Bengals perdendo por duas posses de bola...

É claro que Cincinnati tentaria a conversão!

Afinal de contas, estávamos muito longe para chutar um FG...

Mas o que qualquer um faria numa situação dessas?

Claro... colocaria a bola nas mãos de BJGE e rezaria para que o “trator” conquistasse estas três jardas, certo?


Pois é... Eu faria isso! Você, caro leitor, faria isso! Até meu avô, que provavelmente nunca viu uma bola oval na vida, faria isso!

Mas não o nosso Treinador Marvin Lewis! Não o nosso Coordenador Ofensivo Jay Gruden! Lógico que não! Afinal, eles são “gênios”, correto?


E lá foi Andy Dalton tentar um quase “Hail Mary” para Marvin Jones...

Obviamente não funcionou!

E San Diego retomou a bola, faltando 04:44 para acabar o jogo...

Assim como aconteceu no primeiro tempo, os Chargers foram conservadores e tentaram três “corridas” – cientes de que uma primeira descida bastaria para liquidar a partida! E Cincinnati, sem nada a perder, apostou mais uma vez em sua defesa... paralisando o cronômetro três vezes com seus “tempos”!

Assim como aconteceu no primeiro tempo... funcionou! E os Bengals tentariam uma última investida – faltando 04:22 para o fim da partida (mas sem “tempos” para pedir!).

Mais uma vez Dalton forçou passes...

Mais uma vez não deu em nada!


E os Chargers receberam a bola na marca de 40 do campo de defesa, faltando 03:07 para acabar o jogo...

As arquibancadas do Paul Brown Stadium já estavam vazias...

Estava claro que o sonho havia acabado...


Mas poderia ficar pior... e ficou!

O experiente Running Back Ronnie Brown (precisava ter este sobrenome?), que marcou época na segunda metade da década passada jogando pelos Dolphins (e depois vestiu a camisa dos Eagles, antes de chegar aos Chargers em 2012); recebeu a bola na linha de 42 jardas do campo de defesa e correu por 58 jardas – para anotar o último TD da partida! Este foi o TD corrido mais longo sofrido pelos Bengals na pós-temporada...


Nick Novak, convertendo o Extra Point, jogou a “pá de cal” sobre a campanha de Cincinnati... que perdeu por 27 x 10!

A última campanha de Cincinnati terminou na marca de seis jardas do campo de ataque; de forma melancólica, simbolizando um pouco do que foi esta temporada! Grandes avanços... mas na hora da decisão, os erros pesaram e “morremos na praia”...

Mais uma vez!

Com mais esta derrota, os Bengals igualam o sexto maior “jejum” de vitórias na pós-temporada da história da NFL (a última alegria da torcida de Cincinnati aconteceu nos playoffs de 1990 contra o Houston Oileres, no antigo Riverfront Stadium, por 41 x 14). Só para se ter uma idéia de quanto tempo faz: nem o Riverfront Stadium e nem os Oilers existem atualmente! Aliás, em 1990, o Presidente do Brasil era o Fernando Collor de Mello; os aparelhos de televisão à cores eram um “luxo”; “internet” mal passava de uma curiosa novidade dissecada pela revista Superinteressante; e a Seleção Brasileira de Futebol ainda era tri-campeã do mundo! Se enveredarmos pelos gramados brasileiros, veremos que o Corinthians acabava de conquistar seu primeiro campeonato nacional; e o SPFC sequer havia conquistado a sua primeira Libertadores da América!


É, meus amigos... faz tempo!

Andy Dalton, que levou os Bengals aos playoffs em seus três primeiros anos como profissional (e a equipe foi derrotada três vezes na Rodada de Wild Card – feito inédito na história da NFL); estava visivelmente abatido após a partida:

- Não importa o que você faça durante a temporada regular se você não for bem nos playoffs... É decepcionante... Fizemos muitas coisas boas este ano, mas perdemos em casa e teremos que carregar esta mágoa até o início da próxima temporada...


Outro sob grande pressão é o Treinador Marvin Lewis – que nos onze anos à frente da equipe de Cincinnati, perdeu todas as cinco partidas de pós-temporada que disputou! Quem acompanha as postagens deste blog sabe que, ao longo das últimas duas temporadas, fiz críticas contundentes ao seu trabalho (e principalmente ao seu excessivo “conservadorismo”). Evidentemente, não se trata de desmerecer o profissional Lewis (que assumiu a “pior franquia da NFL” e, em diversas oportunidades, teve que “recomeçar do zero” – enfrentando muitas crises nesta última década). Mas acredito que, graças ao seu próprio trabalho, os Bengals são, hoje, uma equipe forte da NFL (apenas cinco times conseguiram chegar aos playoffs por três vezes nos últimos três anos – e somos um deles!); e como tal, precisam de um “capitão” preparado para ousar mais...

É preciso perder esta mentalidade de “time pequeno” e deixar a equipe voar!

Phillip Rivers, na entrevista coletiva pós-jogo, resumiu a postura de sua equipe e não deixou de criticar o “salto alto” dos Bengals:

- Nós estávamos confiantes e sabíamos que podíamos vencê-los! Estudamos nossos erros e treinamos bastante para aprimorar nossos pontos fracos! E o mesmo vale para o próximo jogo, contra Denver... Só é preciso tomar cuidado para não entrar em campo confiantes demais! Sabemos que o favoritismo é todo dos Broncos... Assim como era dos Bengals na partida de hoje, pois eles foram ao nosso Estádio e nos derrotaram a cinco semanas... A verdade é que a forma como a nossa defesa jogou nos garantiria um bom resultado sob quaisquer circunstâncias de jogo... Então só precisávamos tomar conta da bola para não fazer nenhuma grande besteira no ataque! Esta postura conservadora pode não encantar a torcida, mas certamente nos rendeu bons frutos hoje...


Eric Weddle, um dos destaques da linha defensiva dos Chargers, também estava empolgado após a vitória:

- Foi uma loucura! Entramos confiantes e sabíamos que esta seria a nossa vez! Nós temos uma equipe incrível e, principalmente no segundo tempo, conseguimos dominar a partida, pressionando bastante nossos adversários! Conseguimos manter Andy sob pressão e tirá-lo de sua zona de conforto! Nós o derrubamos algumas vezes e conseguimos forçar grandes turnovers; que foram decisivos para o resultado final!


Justiça seja feita: San Diego foi mesmo melhor!

Sua defesa, de fato, anulou a conexão Dalton-Green (A.J. Green terminou a partida com três recepções e apenas 34 jardas) e manteve o “Red Rifle” pressionado – forçando passes ruins e subjugando nossa linha ofensiva. Em certos lances, parecia que o “pocket” não existia e o Ruivo estava completamente desprotegido! Se o ataque dos Chargers não foi brilhante (fato reconhecido por Rivers); foi ao menos eficiente – e “de grão em grão, a galinha azul e amarela encheu o papo”!

Mas é claro que a derrota passa por outra péssima atuação de Dalton!

Na pós-temporada, em três jogos disputados, o Ruivo tem três derrotas – acertou 70 de 123 passes tentados (aproveitamento de 56,9%); conquistando 718 jardas; com apenas 01 passe para TD e 06 Interceptações! Aliás, é o grande número de Interceptações que o fazem ser um QB tão questionado – apesar dos demais índices estarem muito acima da média!

Claro que seus erros podem ser creditados à sua inexperiência (afinal, ainda está no seu terceiro ano como profissional e, desde o início, carrega sob os ombros a responsabilidade de conduzir uma equipe talentosa; mas que sempre fraqueja nos momentos decisivos). Também podem ser creditados ao Técnico e Coordenador Ofensivo (que nem sempre fazem boas escolhas de jogadas). E até a linha ofensiva carrega sua parcela de culpa – pois não vem protegendo-o adequadamente no pocket...

Mas a verdade é que todos nós, torcedores dos Bengals, estamos sem paciência!

Sabemos que temos um excelente time (até porque poucos conseguem terminar uma temporada regular com 11 vitórias – mesmo enfrentando uma das tabelas mais complicadas). Reconhecemos que Dalton é talentoso e terá um futuro brilhante na NFL. Sabemos que nosso ataque é um dos mais versáteis da Liga. E a nossa defesa é a melhor dentre todos os times classificados para esta pós-temporada!

E mesmo assim... não podemos confiar em vitórias!

Mesmo contra adversários claramente inferiores!

E esta “falta de confiança” acaba envenenando o coração...


Exatamente como o marido de uma esposa devassa...


sábado, 4 de janeiro de 2014

Pré-Jogo – Rodada Wild Card – Bengals x Chargers


Domingo, 05 de Janeiro de 2014; às 16:00 horas (horário de Brasília); no Paul Brown Stadium, em Cincinnati, Ohio, EUA; acontecerá o duelo decisivo entre Bengals e Chargers (válido pela rodada de Wild Card da Conferência Americana) – com transmissão ao vivo, para todo o Brasil, pelo canal ESPN (reprise pelo canal Esporte Interativo às 22:45)...


Os Bengals conquistaram o título da AFC North e terminaram a temporada regular na 3ª colocação da Conferência Americana; com um retrospecto de 11 vitórias (Steelers, Packers, Patriots, Bills, Lions, Jets, Browns, Chargers, Colts, Vikings e Ravens) e 05 derrotas (Bears, Browns, Dolphins, Ravens e Steelers).


Já os Chargers se classificaram apenas na última rodada, com a 3ª colocação na Divisão Oeste (6º lugar na AFC); com uma campanha de 09 vitórias (Eagles, Cowboys, Colts, Jaguars, Chiefs, Giants, Broncos, Raiders e novamente contra os Chiefs) e 07 derrotas (Texans, Titans, Raiders, Redskins, Broncos, Dolphins e Bengals).


Em 01.12.2013, os Bengals enfrentaram os Chargers no Qualcomm Stadium; e venceram com relativa tranqüilidade a equipe da casa por 17 x 10 (TD’s de BenJarvus Green-Ellis e A.J. Green para Cincinnati; Lardarius Green para San Diego; e dois FG’s – um de Mike Nugent e outro de Nick Novak).

Mas que ninguém se engane esperando outra vitória tranqüila!


De lá para cá, os Chargers não perderam para mais ninguém – venceram os Giants por 37 x 14 na Califórnia; derrotaram os poderosos Broncos, em Denver, por 20 x 27; e diante de sua apaixonada torcida, venceram os Raiders por 26 x 13; sem falar na dramática vitória, conquistada na prorrogação, contra o Kansas City Chiefs, por 27 x 24...


Mas desta vez a partida será disputada em Cincinnati – e jogando em casa, os Bengals estão invictos desde 09.12.2012, quando perdeu para o Dallas Cowboys por 19 x 20! São nove jogos disputados no Paul Brown Stadium com nove vitórias (oito delas válidas pela temporada 2013)!

A última (e única) vez em que os Bengals terminaram a campanha invictos em seus domínios, foi na temporada de 1988 – ano em que o time conquistou o título da Conferência Americana e disputou o Super Bowl contra o San Francisco 49ers (capitaneados pelo lendário QB Joe Montana)!


Andrew Whitworth, o gigante polêmico, mostrou-se confiante na evolução da equipe:

- Este é o momento em que a equipe de Cincinnati chega mais preparada para a pós-temporada! Basta ver nosso retrospecto: dois anos atrás, terminamos com 09 vitórias e 07 derrotas; ano passado conseguimos 10 vitórias e 06 derrotas; e agora tivemos um ano de 11 vitórias e 05 derrotas! Não vejo motivo para não estar confiante! Nossa equipe amadureceu rápido e vem evoluindo constantemente...


Além dos Bengals, outras quatro equipes chegaram aos playoffs nos últimos três anos consecutivos. Mas nos últimos dois anos, acabamos derrotados em Houston pelos Texans (bi-campeões da AFC South em 2011 e 2012). Desta vez, contudo, Cincinnati jogará em casa, com o apoio da torcida; e Whitworth tem razão quando aponta a evolução da equipe!


Cincinnati terminou o ano com o 10º melhor ataque da NFL (média de 368,2 jardas totais por jogo); sendo a 6ª equipe que mais pontuou na temporada (média de 26,9 pontos por jogo). Na defesa, os números foram ainda melhores: temos a terceira melhor defesa da Liga (média de 305,5 jardas totais cedidas por jogo); e estamos na 5ª posição no ranking de pontos sofridos (média de 19,1 pontos por jogo)!

A defesa de San Diego, por outro lado, cedeu muitas jardas (média de 366,5 por jogo) – terminando o ano na 23ª posição; mas curiosamente cedeu poucos pontos aos adversários (média de 21,8 por jogo – sendo a 11ª melhor marca da NFL). Algo semelhante acontece em sua linha ofensiva, pois seu ataque conquista muitas jardas (média de 393,3 jardas por jogo – sendo o 5º melhor da Liga); mas comparativamente, anota poucos pontos (média de 24,8 por jogo – 12ª posição geral).

Veja os números comparativos entre as equipes:


 Na batalha dos Quarterback’s, muito equilíbrio nos números de Andy Dalton e Phillip Rivers. O “Red Rifle” terminou o ano com 363 passes completados em 586 tentativas (aproveitamento de 61,9%); conquistando 4.293 jardas; com 33 passes para TD; 20 Interceptações (Rating de 88,8). Já Rivers acertou 378 passes em 544 tentativas (aproveitamento de 69,5%); garantindo 4.478 jardas; com 32 passes para TD e 11 Interceptações (Rating de 105,5).


No jogo corrido, ampla vantagem de Ryan Mathews (285 corridas para 1.255 jardas e 06 TD’s) sobre BenJarvus Green-Ellis (220 corridas para 756 jardas e 07 TD’s). Mas os Bengals dão o troco na batalha aérea, pois A.J. Green (98 recepções para 1.426 jardas e 11 TD’s) é bem superior ao melhor recebedor dos Chargers: Keenan Allen (71 recepções para 1.046 jardas e 08 TD’s).

No duelo dos “coringas”, Cincinnati novamente leva vantagem com o calouro Giovani Bernard (170 corridas, 695 jardas terrestres e 05 TD’s; além de 56 recepções para 514 jardas aéreas e outros 03 TD’s) sobre o experiente Danny Woodhead (106 corridas, 429 jardas e 02 TD’s; somados às 76 recepções, para 605 jardas e 06 TD’s).


Evidentemente, os playoffs são um torneio a parte! Os números da temporada regular não são um indicativo seguro sobre o favoritismo de uma ou outra equipe. Esse é o tom do discurso do experiente Safety Chris Crocker (em sua 11ª temporada na NFL):

- A pós-temporada é um campeonato diferente... Os números não significam nada! Ou você vence agora ou está fora!


Andy Dalton, sempre ponderado em suas declarações, afirmou:

- Nós estamos jogando bem e com confiança... mas sei que a linha ofensiva não trabalhou bem nos últimos dois jogos de pós-temporada! Nós tivemos algumas oportunidades, especialmente no ano passado, mas não soubemos aproveitá-las... Nós sabemos que, em jogos decisivos, ou você converte as oportunidades ou então vai para casa!


Este será o segundo encontro entre Bengals e Chargers na pós-temporada. Em 10 de Janeiro de 1982, na final da Conferência Americana (Temporada 1981), San Diego viajou para enfrentar Cincinnati no velho Riverfront Stadium – na partida que ficou conhecida como “Freezer Bowl”. A temperatura ambiente era de -9º Fahrenheit (equivalente à -23º Celsius); mas graças aos fortes ventos, a sensação térmica era de -51º (não, ir ao estádio não foi “uma boa idéia”)! Apesar do frio glacial, os heróicos torcedores que compareceram ao estádio puderam comemorar a vitória dos Bengals por 27 x 07 – que “carimbou nosso passaporte” para o primeiro Super Bowl de nossa história!


Parênteses rápido: se você pretende assistir ao vivo o jogo entre Bengals e Chargers, é melhor levar agasalho! Segundo o “National Weather Service”, a temperatura prevista para o horário do jogo gira em torno de -5º Celsius (com 90% de chance de chuva e neve; além de ventos gelados de 05 milhas por hora vindos do norte)...

Mas este não foi o único momento “marcante” da história dos Bengals em que tivemos a participação de San Diego...

A primeira partida “oficial” disputada pelos Bengals, válida pela primeira rodada da Temporada 1968 da AFL (American Football League – que posteriormente viria a se fundir com a NFL e daria origem à Conferência Americana); foi disputada em San Diego, numa noite de sexta-feira, dia 06.09.1968, perante 33.687 torcedores. Os Bengals saíram na frente (Paul Robinson anotou o primeiro TD da história de Cincinnati); mas os Chargers venceram o jogo por 29 x 13...


Na série histórica, vantagem para San Diego – 19 vitórias e 14 derrotas. Jogando em Cincinnati, os Chargers também levam vantagem (09 vitórias e 07 derrotas). Mas os Bengals venceram os últimos três confrontos (temporadas de 2013, 2012 e 2010).

Analisando os departamentos médicos das duas equipes, Cincinnati tem mais problemas: apesar do provável retorno do LT Anthony Collins; LG Andrew Whitworth; RT Andre Smith; LB Vincent Rey; CB Chris Crocker e Dre Kirkpatrick (além é claro de A.J. Green, poupado dos treinos desta semana, por dores no joelho); nossa dupla de TE’s Jermaine Gresham e Tyler Eifert ainda são dúvidas – assim como o Center Kyle Cook; DL Wallace Gilberry e o CB Terence Newman... Entretanto, San Diego pode perder seu principal Running Back (Ryan Matthews) para a partida decisiva!


Sam Wyche, treinador dos Bengals em 1988 (e último técnico a conseguir uma vitória na pós-temporada por Cincinnati), completará 69 anos justamente no domingo! Ele e outros atletas que participaram do “Freezer Bowl” serão homenageados antes da partida. Em entrevista ao telejornal local, o lendário “mestre” mostrou otimismo na equipe e também no rigor climático de Ohio – para enfim quebrar a “maldição dos playoffs” (os Bengals não vencem uma partida de pós-temporada de 1991 – temporada 1990):


- Acredito no talento destes rapazes... O time está pronto para voar bem mais alto! E não custa lembrar que você não congela em San Diego... mas pode congelar em Cincinnati!